sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Decepção

Quisera eu um dia viver, crescer, podar
Quisera eu ter mais que tive, não ser, deixe estar
Vida...vida longa, pura, onde estava minha visão
Por onde cansei meus pêlos, vivi, chorei
Cansado em meio a solidão, não tem-se o que esperar
A alma regurgita dor, antes prazer
Consciência que não cessa
Coração que não bate
Não há mais vitória, luta, guerra talvez
O mais grave esforço sucinto, sempre esteve em nós
A liberdade puríssima da paixão nasceu entre os homens
Mas, aconchego nenhum, foi sofrido, pois por eras observei-te
Aguardava-te sempre aqui e ontem, mas nunca vieste ao meu encontro
Estive no mais plano da existência a saber, que tu, nunca fostes
Mas sempre estará aqui, dentro de mim.

(Sérgio Carlos)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Oriente Médio

Buummmm!
O grande estrondo começou
Trazendo forma, sangue, dor
Onde estão os homens de bem dos céus azuis
A violação do sono...Deus! A paz terminou...
Cadê minha mãe, chorando escuridão, solidão, fogo,pai!
Onde estão as meias limpas pra proteger do inverno
Que fim, que tarde, quanta luz, fumaça, gritaria...
Não trariam a proteção, azul e vermelha
Mas as cores sumiram
Os céus são negros e o sangue jorra pela areia movediça de nossas terras
Onde estará nosso senhor? Por que?
Não há dúvida aqui senhora, não mais...
Nascer para morrer, essa é a lei da vida e a lei do mundo
Onde seremos amor? Além das mãos sobre o bacamarte, que traz o queimar
Tanta lágrima, mas não mais existe o que derramar
Tanta inveja, do que? Escuro...
Um dia perderam, um dia perdemos, todos nós
Sem pai, sem mãe, sem nada.

(Sérgio Carlos)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Grito de liberdade

O que fizeram com a luz, o sol, a cor?
Coloriram tudo de linhas fixas, desenho roto, sem ar
Mas cadê a fumaça da comida destemperada?
O óleo virgem e puro com sabor
Não há mais nada o que esperar
Gente fria, vazia, sem nada
Onde estão os sorrisos, verdadeiros sublimes, libertos?
Cansando as pradarias urbanas de fuligem e motor
Nem isso querem mais que exista nas ruas
Preferem a prisão da palavra, a fundição da razão anti-humana
O casarão dos pobres sábios infelizes e matutos
Levantai-vos do teu refúgio incólume e vislumbre o esplendor
Com tanto rubor e força nas narinas
Algo há de tocar-lhe a alma
Não é Deus, não agora
Mas sua cerne antes presa, liberta-se e vem ver mundo
Preso e enredado no passado das colunas, jaz morre-se pela glória
Da vida sobre a vida, da natureza sobre o regimento
De Deus sobre nós.

Sérgio Carlos

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ESQUECERAM A POESIA DO MUNDO
DOS OLHOS
DO SER
QUE INSISTE EM RENASCER

O mundo é poema
ETERNO dilema
Entre o ser e o não ser

AConteça tua rima
REgue-a pequenina
E a faça crescer!!!!
 
(Lívia Pereira)

Poemar...

Poema pra você
se poemar
se poerrir
se poer à disposição
EM Latim
EM setim
Em sobra de fita
e laço de nó!

é só!
Boa noite
Bom reverso
REgressando
Ao mundo real...

:D
 Lívia Pereira

Impessoal

E por que haverá de haver um título
pro epílogo
Pro incerto?
Na certa uma certeza
De que não sei onde estarei
Na próxima valsa...
E a trança que fez em meus cabelos
Ainda a tenho
No emaranhado que guardei no peito
Só me olhe direito
E quando sair
Deixe um toque
De gaveta
Pele
E resto                                                                                 
EU PROTESTO
Ainda te amo!             

(Lívia Pereira)                                                    

só(s)

Emagreci mentalmente
Depois de muito pensar
depois de alguns passos
Além e fora do chão

Perdi o peso de ser
Esqueci de amar...
Depois de alguns beijos
Em solidão...

Lívia Pereira

Você

Seus olhos tão brilhantes, sorriso gracioso
Onde estás na vida com jeito tal formoso
Quero deitar-lhe a palma de minhas maõs, consoante ao meu sentir
Viver o cheiro de tuas roupas suadas, a procura de mim, a procura de ser
Vida que passa e refaz, nos torna sempre o que somos hoje, ontem e o que seremos amanhã
Obtenha de mim a cor de outras eras, o cintilar da estrela branca do homem inteligente
Me encontro intacto, imóvel, onde tudo ainda passa...
Ah dor, que dói tanto por dentro e por fora, fustiga minha mente
Arrebata minha alma além mar, além morte
Oxalá que tudo dê certo
O colocarei nos altos céus, onde estarei sempre contigo
Sol, luz, dê-me forças, dei-me asas senhor da dia e da estrela matutina
Ainda que azucrina, pele, carne e sangue
Hei de amar, hei de sofrer como os olhos lacrimejam
Vespertina seja minha felicidade, no cursor vivo da roda
Derramado o óleo de seus galhos, quebrantada a agulha de tua esteira
Estarei aqui, vida após vida, morte após morte a te esperar
Mais do que os homens possam imaginar, mais até do que a vida pode gerir
Viverei a mim e a você, sem jamais perder-te de mim que pertence-me
Como pertenço a ti em todas as vidas em que não fomos um do outro
A distância de passados errantes nos separa em muitas searas
Mas nos achamos agora, antes e depois para enfim sermos felizes.

(Sérgio Carlos)

domingo, 23 de outubro de 2011

tarde demais?

Se eu te perdi foi pra te achar mais velho
E teu olhar de agora é tudo que eu busco há tempos
Se eu me perdi nessa busca, meu amor,
Foi pra ver os raios do sol após a noite
E reconhecer em você a única luz a me guiar
eu não vou chorar, não dessa vez
Pois farei o que tiver de fazer
Deus está ao meu lado
Deus está com vc
E ao traçar nossos caminhos
nos fez sozinhos
Pra que buscássemos um no outro sorrisos
Fizemos brinquedos de amor
Lama do que sobrou
E como bebês que choram a ausência do Pai
Choramos a ausência do que nos é tão sagrado
O que há de errado?
Sabes que te amo
Sei que tens por mim grande amor
Mas em um mundo de pecados
Tu és meu pecador
E eu sou o teu erro
E em meio a tanto desespero
Inundada em tuas fotos e teus lábios
Tão ausentes
Eu grito simplesmente a morte
Pra que a sorte de uma nova vida
Me traga um vc mais jovem
Que cresça ao meu lado
Me retire do futuro
e resgate o passado em que te conheci
E eis que recordo
que a morte é mera passagem
Guardo então breve hospedagem
de um tempo onde tuas mãos tão minhas
caminharão vazias
a espera do que te preencherá em breve
Que é a vida senão fração de tempo?...
Será breve o espaço sem mim
Será breve o ar sem vc...
Sei que a qlqr momento iremos acordar
e nos permitir viver o que ainda nos resta viver
O perdão e a escolha de uma nova vida
onde a saída é a dedicação integral
a um amor um tanto desleixado, sem cuidado
Num tempo onde o trataremos com o merecido respeito
A estampar em nosso peito
A eternidade a nos guiar.

Lívia Pereira.

sábado, 22 de outubro de 2011

Sentimento

Hoje nada disso, o que fostes acabou
Na tenra idade que me destes de promessa
Nada tenho, nada fomos, mas serei um dia
Na brisa e acalento em que estou
Sozinho, em meio a torturas como essa
Mas, um dia, longe dos tempos idos que dizia
Serei som, cor, luz e mar
Com flores e textura ímpar que nunca me destes
Porém com olhos marejados de amor e um calar
De qualquer dor que dizeste por estes
Um novo dom surgirá, tão velho tal qual foi e é
Ainda assim, não será novo, velho, o tal pesante
Mas sim, o que sempre fora, teu e meu, um pouco após Noé
O fervilhar de inúmeras eras que chega ao clímax de tão grande.
(Sérgio Carlos)

Dor

Arde como o fogo, a cinza e o fel
Não começa e nunca se sabe onde se desfaz
Existe parte na terra e uma em cada céu
Como um vento frígido, um fio cortante, lhe tira a paz
A música nos ouvidos, o cheiro que entranha na face e nos olhos de quem viveu
O quão grandioso tem as parcas aspirações de relevância da tal esperança
Estou só, escuro e frio, soturno e solitário, em meio ao breu
Homem fraco, sentimento forte, onde está tua pujança?
Nas ondas do teu mar sou levado a cabo e a fundo, do teu sonho febril
Do nosso, querido e amado consolar, ao quê?
Quando no final, tudo o que restará será alguém que partiu
Ao nada, sem ter, sem querer ou saber...
(Sérgio Carlos)

Aurora

E eu que só sei falar de amor, e eu que só sei querer ardor
Não há nada que possamos fazer, quando somos impedidos de ter
Aquilo tudo que sempre foi nosso...
Deus...por quês?
Não possuimos culpa de nada, dor, solidão, sem ter pra que.
Ainda que sejamos nós, mão da mesma mão, beijo da mesma boca
Silêncio nos toma a vida, dia após dia,salutar e constante
Prefiro me ater ao incômodo, à injúria e aos mal-dizeres
Haverá uma aurora formosa, uma lindura de cor de tão límpida tal qual é nosso amor
Esperanças existem para serem sonhadas por nós
Acredite...venceremos por nós, numa guerra onde não existem vencedores
Simplesmente pelo fatídico prazer irrefutável do ser...viver.

(Sérgio Carlos)

Dúvidas e procuras

"O vazio toma-me a alma e apetece o meu coração
O que fazer com força, cerne, mas nada na mão
Irei guiar nos profundos sonhos, porque sei que há refúgio
Enquanto me engano, me iludo em tal subterfúgio
Prefiro me ater as coisas insanas, ao profano, ao intocado
Me perdendo em lúgrubes pensamentos, cintilando cada achado
A dor, sei que orienta, pobres, pobres, pobres, viciados em sua senda
Provar-te-ei do mais profundo calor insípido, donde jamais tirarei tua odiosa oferenda
Observando tuas máximas, teus desacertos, conflito-me na intriga
Pois então o que há com valor, cor, ser, mente...diga?
Nestes madrugais consternados, só me restam as lágrimas
Cheias, quentes, salgadas e úmidas
Ainda assim continua-se vida, maturidade e morte, ciclo sem fim
Busco-te, busco-me e um dia encontro-me mais que a ti e a ti mais que a mim...enfim."
(Sérgio Carlos)