segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Madrugada

Sem fim perdura tempo a tempo
Que se faça longeva mas simples e primária
Ontem te chorei por décadas
Nublei minhas formas vis com força do saber
Para que tivesses parte da minha história
Mas enfim, tudo passou e tudo passa
Assim como suas frias e tênues ventarolas
Seu silencioso e soturno gemido
No ocaso do dia dá lugar ao novo que sempre retorna
Trazendo boas novas de longos prazeres
Aos homens que te ouvem sussurrar
Mas ao que sabe
Tu estás sempres lá
Mesmo que do outro lado
Ainda te vejo vicejar
Sobre as formas que antes sorriam ou choravam
Tu retornas sem aviso
Para que possamos sentí-la no mais puro e doce que és
Variante sem fim de nosso sentir
Caridosa é sua manta escura e brilhante
Ressalvado teu cristalino
Traga sempre um passar de paz
Para que o brilho da estrela da manhã
Nunca esqueça de nós

(Sérgio Carlos)

Ao momento triste...

Farão com você o mesmo que fizeram a tantos
E em ti doerá mais que em todos
Pois só tu sentes o que sentes

Cortarão teus sonhos em pedaços
Tuas costas doloridas em pleno cansaço
Teus olhos e lágrimas tentarão disfarçar
a dor que se agiganta

Farão com você o mesmo que a mim:
Injustiças vãs
ou não tão vãs...

Pistas de um futuro bom
De uma vida diferente
de um dom maior que a gente
possa acreditar

Farão com você assim:
Doer, doer, sofrer enfim...
Mas, tenho a ti
Tu tens a mim!

Olhe-me bem aqui dentro
Onde ninguém mais possa ver
SOu Eu quem tenta te dizer
que não deves desistir.

HAbito em ti e sei onde há falhas
desenganos
e em meio ao pranto: meu e teu
sorrio pra que sigas

Sigas, pois, meus passos
os que planejamos juntos
mesmo sabendo que haveria batalhas
lutas interrompidas
amor
e teu dom em meio ao mar de amor onde não poderás naufragar...

Vá, então...
pisando em meio à desilusão
de ter tudo e não ter nada
é só o pó da estrada
é um minuto em tanto tempo
em meio ao eterno é só o momento.

Erga-te!
E se me fizer crer que está de pé,
levante-se novamente
e veja do alto o quanto caminhou!
Pois é justamente o tamanho do teu caminho que faz tão grande os pés de barro que tentam te derrubar...

O futuro é teu
Eu sou apenas Eu
com minhas mãos marcadas
meu coração em sangue
e meus olhos imensos
que pedem em tua irmandade
que encontre meu abrigo.
Estou contigo!
Sabes que sim!
Repito: Tenho a ti, tu tens a mim!

Farão a você
O que tão bem conheço:
Retirar do teu apreço pelo mundo
a tua maior angútia!
Não creia que isso dure
O mal não perdura
Teu sorriso sim!

Pois bem, não te esqueças:
a cruz é para todos
E assim, como fui martirizado
tu também o serás
em cravos, glórias e sofrer...
não te esqueças, porém, que em meio ao amanhecer
te carrego em meus braços
e não esqueço o bem que fizeste

cantou, cantou e promoveu o instante
ao mais belo grito de amor!
Sou eu o TEu Senhor!
Apenas espere
Eis o que eu também farei:
aguardo teu retorno
ao mundo que é tão seu!

Esteja em mim e em nosso Pai
Hoje
Sempre...

(Lívia Pereira)

domingo, 27 de novembro de 2011

Se eu te amei demais é que...

Se eu te quis demais
foi por não haver querer melhor
Se eu te olhei demais
foi por ter viciado minha visão na beleza
Se eu gritei demais
foi por ter na intensidade de meus sons a intensidade do que eu sentia
Se eu chorei demais
foi por ter em cada lágrima uma letra do teu nome
Se eu exigi demais
foi por achar que merecíamos a perfeição
Se esperei demais de você
foi por crer que só em você eu poderia encontrar
o melhor do que eu buscava...

(Lívia Pereira)

sábado, 26 de novembro de 2011

Te amo

Quando a cor da vida perpassa, você ainda está lá
Nutrido por minhas coerências sentimentais
Vestido por minha indulgência, te ergo sobre mim
Ainda que sorrir seja real, que viver seja calar
Sobrepujarei a opulência dos ás
Querendo-te sempre sem fim
Virtuosa é a língua dos homens,quando a virtude não lhes confunde
Quando a faca não lhes opõe ou quando a fogo não lhes consome
Mas estaria por todo esse, e por muitos fins, afim de ti
És para mim a coluna da construção que com a terra funde
A liberdade inverossímil que me ajuda a crer no coração do homem
Te amo

(Sérgio Carlos)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Verdade

Quisera eu cultivar os vales grandiosos de felicidade intensa
Podendo assim me inebriar em seus anseios frutíferos
Cada qual com seu mister
Mesmo que a duras penas, não sabe-se o que pensa
Temos que alimentar nossos filhos famígeros
Mesmo que se tenha pouco ainda prolifera a vida
Silenciosa e calma és vitoriosa natureza
Sobre a paz acautela os homens
Sobre a guerra os faz vencer, eles sobre eles
Quisera eu possuir tal intento voluptuoso
Agraciado com as sendas do destino vil
Violentado por suas veredas inconstantes
Estaria feliz, vivo como a pedra
Que perdura por todo o sempre incólume
Mesmo assim, ainda estaria gradativo e pouco se perdendo
Pois as próprias eternidades se vão e se vem
Mas quanto seria bom, quanto estaria bom

Ainda que sofro, permeio por meses adentro
Encontrando a chave dos sonhos
Vivendo a usura dos seres viventes
Pois estarei sendo e crendo mais que pude
Onde melindrosa estaria a criança
E virtuoso seria o cálice
Verdade

(Sérgio Carlos)

sábado, 19 de novembro de 2011

Reação

Eu reagi
E quando o produto meu em ti apareceu
Você o dissociou
Abargou nossos reagentes
Elevou nossas moléculas
E no fim, nada de equilíbrio
Oh! Falsa equação
Dicotômicos resultados
Variantes superlativas
Elementos adicionados
Somei as massas
Considerei os volumes
Mas parte de mim ficou
E quando dei por mim
A reação se inverteu
Em nada vezes nada
Retornando às substâncias iniciais
Nada restou
O produto meu e teu
Nunca fora nosso
Estequiometria cruel.

(Sérgio Carlos)

domingo, 13 de novembro de 2011

Domingo...

Domingo
nuvens
a previsão do tempo anunciou
que ia chover
que eu ia fazer gol
Não chove...
Não jogo
nem bola
nem bolo,

nem respiro mais em meio ao sol
que insiste em lembrar dores
às oito da noite...

(Lívia Pereira)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Abandono de incapaz...

Como abandonar saudades?
Despista-se com doces em trilhas?
com um radinho de pilha?
Com um aceno distante?

Não há como destruir verdades...
isolar teu amor numa ilha
Viajar pra Brasília
E achar que será com antes...

Depois de cirurgias
Que a paixão opera
Nada tem o mesmo tom

O opaco é brilho
o que é pai vira filho
defeito e erro é dom...

(Lívia Pereira)

Máxima da Vida

Onde sou e o que estou ?
Quem terá e o que será ?
Vida vivencia tua carne
Sem nem mesmo conhecer o teu sabor
Oh! tanta crueldade
Nem ser, nem estar, nem será
Somente dissabor
Quando um dia esperas ter ?
Nunca terás
Sim, amarás
Mas de teu caminho, restará você
Como antes fostes, sempre és
Faça-te de ti, hoje
O que nunca pensaste de ser
Esvazia-te de ti
Coloca-se para o mundo
Existir é mais para quem se é
E se torna, quando pretende
Força tua, segura teu peito
E te envie ao passo largo da frente
Não ouses parar, não penses no cessar
Quedas vem e vão, mas, passos continuam
Estás aqui, sejas aqui e faça valer
Anima-te, vigia-te, para crescer.
Essa é a máxima
Essa é a lei tua, mansa e fiel a ti.

(Sérgio Carlos)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Recado

Não importa o quanto você tem errado 
pisado em cacos de vidro...
importa o quanto aprendeu
o quanto descobriu em vc
o quanto conseguiu consertar em si mesmo
o quanto se aplaudiu de pé!
(Lívia Pereira)

Dó, ré, mim, está só, és si menor...

De nada adianta
tanta carranca
olhar esguio
coração frio
Um "si" menor

de nada adianta
teu desengano
nariz empinado
pois sois herdeiros
de um ser maior

De nada adianta
viver e esperar
que com tuas sombras
faça-se a luz

Torne-se homem
E torne-se parte
da obra de quem
honrou sua cruz...

(Lívia Pereira)

sábado, 5 de novembro de 2011

Luz

Luz branca que ilumina mundo
Fatídica nuvem do ser
Abrilhanta meu amor
Que com sede vocifera luzes
Luz branca que se vira pra noite
Inúmeras és, entre todas que te fazem
Vivencia minha alma, ilumina meu ser
Luminaste meus lumês que tanto se iluminam de luz
Luz branca que resplandece
Sejas luminária que atraí
Não há brilho forte tal qual o seu
Clareia

(Sérgio Carlos)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Por nada...

Um copo
um filme
e quatro mãos
como o dedilhar dos dias...
Tua mão 
e a do tempo 
a acariciar teus cabelos
te dar bom dia
em meio a neblina
e o vento...
(Lívia Pereira)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lanceiro

Lanceiro, acaba com a vida
Mostra-me teu solidel
Tal força suprema não me apraz
Condescende tão pouco à coisas vis
Que não há menor furor que lhe transborde
Lanceiro, toma-me a vida
Como vitórias inconsequentes
Astuto vivente, ser desumano
Que tudo seja teu, toma-me a vida
Sem ter o que fazer pra quê
Lanceiro, tira-me as vestes
Puras e cíclicas
Às quais arremedo me faz ser
Acaba comigo, transfoma-me
Lanceiro, arranca-te de mim
Vida após vida
Como num gargalhar constante de sentimento
Nu, seco, mas vitorioso
Arrancai de mim
Sem medo, sem dor
Lanceiro, perfura-te a mim 
Ainda que cegue meus vislumbres
Que minha sina seja de terdes
Não o quero mais em mim como o queria, antes fosse
Lanceiro, poderoso e imprudente
Sejas vítima de teu próprio ser
Acaba com tudo e sejas eu, sejas tu
Não sejas senhor enrubescido
Mesmo que tua empunhadura não proves a língua de outros
Sejas meu, acaba comigo
Destrua minh'alma.

(Sérgio Carlos)