terça-feira, 2 de setembro de 2014

Vagante

Vaga fria vagante, serena e de tanto vagar
Estavas nua e de tanto cantar, estavas crua e nua novamente.
Corredeira fria de dentro de mim, estejas dentro de mim
Para que o mais puro aqui se torne forte e frio, eterno.
Enquanto choro as águas que exprimem minha dor
Exponho a nascente do meu coração
Para que meus olhinhos brilhem furta-cor
E não seja mais nada
A não ser o que vive dentro de mim
Que se retorce a cada itinerário
Procurando centavo a centavo o valor
Crítico valor moral, que se exprime em absoluta verdade

Quem o torna é.
(Sérgio Carlos)

A luta

E o desejo me consome, me come, desonre.
Assim não haverá despesa, que seja, tristeza.
Onde tudo fora vítima, e a filha, indigna.
Caifás demorará a acordar, letreiros respondem no ar.
Onde a fé remonta cachinhos, e o vento os leva em moinhos.
Que o desejo da vida rotunda, singela, mas fria como bruma.
Não nos exaspere malícia, contida nos altos, milícias.
Mas antes que lhe digo, ambíguo, sejas menino.
Sejas beleza, vereda, que te leve à mesa.
Caminho sempre percurso, pelúcio, discurso

Variando as cadeias do falar, lutando contra o estar.
(Sérgio Carlos)