segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando eu me afastei de Deus...

Houve um tempo em que eu sentia Deus em meus dias...
Hoje eu me perguntei há quanto tempo
Perdi meu pensamento entre nuvens...
Desde quando perdi o contato com meu próprio pensar?
Por que foi necessário tanto esforço pra me mover?
E, no entanto, eu sempre soube que
Em todos os sinais que me dei
Eu pedia "Socorro!"...
Dentre tudo o que eu via
Em meio a tudo que ouvia
Estava a chave pra não mais parar
Pra me erguer diante da tempestade
Em meio à cidade também se encontra água, calma, paz.
E no meio de mim
Entre o asfalto e a calçada
Há muito mais que nada
Mais do que eu tenho visto...
Hoje, em um detalhe, eu acordei por um segundo
E quero que o segundo perdure
Pra que a luz não apague novamente
Porque quando eu me afastei de Deus
ELE me cercou de cuidados
E se aproximou ainda mais de mim...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fala...

Fala
Tua fala vai mesmo embora
Não importa o quanto choras
Fala
Não te escuto sobre os ombros
NEm tampouco abaixo deles
Sou surdez em tempo hábil
O mais rápido não ouvinte
Fala
Abra a boca e o coração
Não estou ovindo mesmo...
Não há tempo pra vocÊ
NEm ao menos pra mim
Sim...o que disse?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

do parentesco verde...

Dois irmãos
Unidos
Pelo motivo de estarem juntos
Profundos em sua busca por água
De vida, de chão, de nada
E nada foi ao acaso
Braços um do outro
Sem linha de chegada
Presos ao tempo, ao vento, à estrada
Sem sentido que ao menos se saiba
Na calçada...
Lá estavam
Recostei-me
E a seiva bruta corre em silêncio
Trabalha em sua luta e se desfaz num tempo
Em que ninguém se pergunta o porquê
Mas se encosta e pede a sombra
Sem nem lembrar que um dia
A força, a tora irão perecer.

domingo, 15 de novembro de 2009

Edificando...

Enquanto correm as rodas

Cresce ao longe o edifício
Quase pronto desde o início
Em seu projeto, fundação

Mais de perto, tão concreto
Esquece que já foi papel incerto
Como humano o ser se faz:
Criação e evolução.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A serviço da vida...

Difícil saber
Entender
O porquê de tudo isso
E, no entanto, estamos aqui a serviço
De algo bem maior que a nossa razão
Pois que agora, tão pequena é
E tão imenso é o mundo lá fora
A nos falar sobre a amplidão

Enquanto penso, olho por dentro
De algumas gotas de momento
E em vão, uma cai no chão
Não é tristeza não
Mas a gente pensa que pensa alguma coisa
E enquanto pesa o próprio pensamento
Vê que o que jaz lá dentro
É mesmo um pouco de aflição

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

sem você...

Hoje eu descobri
O sentido em não te ter
É tão doce sem você
É tão frio e tão "por quê"
E além do tempo a mais
Pra pentear os cabelos
E olhar pros joelhos dobrados
(em frente ao espelho)
Tenho mais sorrisos em reflexos
Menos momentos perplexos
(em si mesmos)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arrumação




Estou arrumando a onda
Antes que ela venha
Dobrando pra guardá-la
Na gaveta mais organizada


E num armário escondido
Depois da curva da minha risada
Uma manga passada
Da tua camisa de linho...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Despistas...

Me dê tuas despistas
Pra que eu não te encontre mais
Me dê teu telefone
E deixe-o desligado

Vá para o outro lado
Onde me veja em viagens
Além do teu poder de alcance
Deslance teu olhar

E se pensar em voltar
Siga as minhas pistas
Pro lado oposto
E não volte

E se pensar em me amar
Siga teu próprio caminho
Pra um lugar
Em que eu não te encontre.

terça-feira, 6 de outubro de 2009


Viram o siri
Correndo deitado
Que susto coitado...
Abriu a boca oca
E explicou incomodado
Que não estava deitado
__Tenho a barriga que arrasta
Nessa areia já gasta
Olhos esbugalhados
Para enxergar os bem malvados
E minha maior estratégia:
o meu andar desengonçado
Que me leva a todo lado.

To>>>day.

Hoje eu nem sei...
Nem sei se sin
to graça
Ou se a graça me sente
Tão presa a tão pouco de mim

Hoje eu nem sei de você

E tantas vezes nem quis saber

Que nem sei se ainda quero

Encontrar em mim algum querer


Hoje eu não sei o porquê
de tanto
Fracasso, peso, passo
Tanta pressa... pra nada
Pra olhar pro nada depois de tudo

E o tudo é quase corrente

Que prende e arrasta a gente

Pro meio do vazio

Do nada...


Hoje? Ah, hoje é conversa fiada...

Já até virou ontem

Virou chuva

E agora é vento


E há tanto tempo eu nem sei disso

E há tanto tempo não é domingo
E há tempo tempo eu não sei

O que é que eu tenho a ver com isso...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Além da flor...


Além da flor, em frente à casa
Havia a grama
E havia terra
E vento e água

E um mar de nada
E em teu sorriso havia espera
Havia outono e primavera
Um tanto dela ainda havia

E eu me enternecia
Teu medo bobo me consumia
Teu beijo e pronto:
A luz do dia

Tudo me trazia
Um pouco do teu corpo
E, no entanto, a tua alma
Deu-me tudo. E ponto.