sexta-feira, 20 de abril de 2012

Paradoxo Retrátil de Viver

Bacana poder viver
Ilustremente entre as velas perenes
Virtuosamente entre o calor das bicicletas ferrugens
Intacto e caridoso é o vento, brisa soturna que vem
Pacífica é a família, que a tudo mantêm
Logicamente que sentimos frescor, com o dissabor
Amor, sem tutor, flor e muito menos dor
Os veios úmidos das alvenarias mal-feitas
Lembram pele, carne, algo que se faz
Traz
Criança querendo brincar, bonito!
Carros correndo na rua, poluentes, vida, dinheiro que segue
Enxames de cor, materialmente fazem supôr
Inúmeras castas, vivas de labor
Só quem conhece-me sabe o quanto fui
Quem vive a brilhante estrutura do ser
Estará para sempre dentro de si mesmo
Enquanto se torna muitos
Observa-te no fundo das medidas
Tuas e nossas, de tudo
Vivenciando parte a parte o mundo
Lindo, sujo e degradável
Puro, fino e autosuficiente
O entrelace dos fios transpõe a singular
Leva força e retrocede omisso
Cada gota de missão, única
Posta sobre o chão
Levanta tua cerne

Sérgio Carlos

Um comentário:

  1. Sinto que foi só a primeira de muitas leituras. A cada uma terei acesso a um novo "eu" perdido em meio a tantas paisagens. Lívia Pereira.

    ResponderExcluir

Deixe seu recado após o sinal...