E quando todos dormem eu me livro, me acho, acabo um capacho
E enquanto eles dormem eu crio, rio de mim, sem fim, no ato
Na noite tudo se perfaz, sinuosamente pela pérfida escuridão da solidão
Ao mesmo tempo que me acho, me perco.
Uma linha tênue separa os lados da moeda que nunca se separam
A mão que acoberta e levanta é a mesma que arremessa e maltrata.
Enquanto todos dormem eu cresço em mim, somente para mim e mais ninguém.
E quando esses tais dormem, vivo a chorar, carente em uma noite onerosa por demais.
Avilta-se as vicissitudes da alma para que liberta, voe por todos os padrões.
Vigora sim, enquanto charco, pois ali crescem em mim a vida.
Que antes não pude saber, por não querer morrer de novo.
Assim, hoje, enquanto eles dormem eu posso errar
Mas também creio na virtude fidedigna de todos nós
Forçosamente ainda me vejo preso no passado das eras monstruosas
E quando eles dormem me vejo aqui sozinho, triste, livre e feliz
Para quem sabe um dia saberem quem fui, ou quem sabe
Saberem quem deixei de ser em uma guerra interna de meu ser
(Criado por Sérgio Carlos às 4 horas da manhã do dia 27 de dezembro de 2013)
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