terça-feira, 25 de outubro de 2011

Você

Seus olhos tão brilhantes, sorriso gracioso
Onde estás na vida com jeito tal formoso
Quero deitar-lhe a palma de minhas maõs, consoante ao meu sentir
Viver o cheiro de tuas roupas suadas, a procura de mim, a procura de ser
Vida que passa e refaz, nos torna sempre o que somos hoje, ontem e o que seremos amanhã
Obtenha de mim a cor de outras eras, o cintilar da estrela branca do homem inteligente
Me encontro intacto, imóvel, onde tudo ainda passa...
Ah dor, que dói tanto por dentro e por fora, fustiga minha mente
Arrebata minha alma além mar, além morte
Oxalá que tudo dê certo
O colocarei nos altos céus, onde estarei sempre contigo
Sol, luz, dê-me forças, dei-me asas senhor da dia e da estrela matutina
Ainda que azucrina, pele, carne e sangue
Hei de amar, hei de sofrer como os olhos lacrimejam
Vespertina seja minha felicidade, no cursor vivo da roda
Derramado o óleo de seus galhos, quebrantada a agulha de tua esteira
Estarei aqui, vida após vida, morte após morte a te esperar
Mais do que os homens possam imaginar, mais até do que a vida pode gerir
Viverei a mim e a você, sem jamais perder-te de mim que pertence-me
Como pertenço a ti em todas as vidas em que não fomos um do outro
A distância de passados errantes nos separa em muitas searas
Mas nos achamos agora, antes e depois para enfim sermos felizes.

(Sérgio Carlos)

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